Palavra importante 16:Reconciliação



“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;” Romanos 5.1


Porque essa palavra é importante para o cristianismo? Por pelo menos dois motivos.Primeiro, estávamos antes da morte de Jesus Cristo todos destituídos da glória de Deus ( Romanos3.23). Segundo não víamos assim, não enxergávamos assim, e não desejávamos nem considerávamos o fato. Pelo contrário nós vivíamos  como muitos de nós ainda vive, sem pensar em Deus e considerar a sua soberania sobre a nossa vida. Consideremos em reflexão estes dois pontos.
Primeiro como diz em Romanos 3.21-23, todos tanto judeus como gentios, pecamos e juntos fomos destituídos da glória de Deus.Como esta é a nossa realidade, que não perdemos ou jogamos fora, mas, sim fomos excluídos, fomos excomungados, fomos cortados por Deus do direito que tínhamos de filhos, de criação especial de Deus, feitos a sua imagem e semelhança, com o direito nato de reinarmos juntamente com ele governando sobre todo o reino material(físico) de Deus, ou a sua criação terrena. Além disso temos um espírito feito a partir do sopro de Deus, ou seja eramos participantes da glória de Deus; mas, por causa de nossos pecados, não apenas do pecado de nosso pai Adão, pois se o pecado tivesse parado nele nada disso teria ocorrido, mas, pelo nosso pecado também, por esta causa fomos excluídos da comunhão que tínhamos ao lado do Eterno. Agora para concluir eu pergunto que criatura foi dada a liberdade de conversar com Deus literalmente face a face sem medo ou vergonha, estando esta criatura nu  e não ser fulminada por Ele? Os serafins que estão continuamente ante a sua face adorando e dizendo santo, tem seus rostos cobertos para não contempla-lo(Isaías 6.2,3).

Foi o homem quem iniciou a inimizade não Deus, logo ele precisa desejar a paz. É claro que sabendo Deus que o homem com seu coração duro e sua vontade inflexível, jamais tomaria esta iniciativa, foi por isso que Deus e não o homem foi quem deu o primeiro passo (1 João 4.19). 

Segundo, como sempre viveu o homem após o pecado? Se Deus não levantasse pessoas que constantemente o lembrasse, ou se Deus não usasse a natureza para o fazer pensar; mesmo que o sabendo que o homem viria a distorcer e mensagem da natureza e converte-la em deuses(Romanos 1.18-23). Depois do Éden o caminho do homem foi após seus desejos, descobertas e invenções, nunca coube na agenda um espaço para Deus. Se formos considerar este tópico a fundo o homem não levou a sério o fato de ter perdido a sua comunhão com Deus, ele não deu importância a isso. E depois do dilúvio o fato continuou, o homem não atentou nem fez questão de pensar sobre o assunto. Se Israel, facilmente se esquecia de Deus, que todos os dias, meses, anos, décadas e séculos, usava juízes, reis, profetas e sacerdotes para os advertir, quanto mais as demais nações, que contava apenas com o testemunho visível de Israel, da natureza e da consciência.

Se o homem não desejou esta reconciliação, como pode o mesmo ter em referencia a Deus alguma consideração genuína de filho para com o Pai, mesmo que em sua ignorância ele diga que é filho de Deus, mas, os seus atos ainda o atesta como um bastardo e deserdado devido a sua contínua rebeldia. Sendo assim por estes dois motivos se faz necessário que alguém promova uma reconciliação entre os dois, já que Deus quer mas, o homem não quer é necessário que alguém intervenha em nome de Deus, para conseguir alguma coisa em termos de reconciliação, e este alguém é Jesus. Mas, Jesus não é Deus? Sim ele é a segunda pessoa da trindade, e Deus(toda a trindade) o enviou para expiar os nosso pecados, ou seja, Deus sabendo que o homem em sua dura inclinação não se voltaria para ele. Então foi Deus quem tomou a iniciativa de procurar o homem e oferecer através de Jesus um escape da condenação a todo aquele que reconhece Jesus como seu Senhor e Salvador, recebe este escape da ira futura. Jesus pode declarar aquele que se achega a ele justo perante Deus, Jesus é o rei soberano, Jesus não é um rei qualquer Ele é um soberano ( Nas antigas civilizações era comum um tipo de monarquia chamada de absolutismo, o absolutismo era um governo que centraliza no soberano rei, todos os três poderes, o judiciário, o legislativo e o executivo. Portanto quando disse que “Jesus não é um rei qualquer Ele é um soberano”; disse que nele se concentra todo o poder, pois o soberano ou o rei que é realmente soberano é um rei que é totalmente absoluto em seu poder. Quando se fala que uma nação é soberana, se diz então que esta nação faz e executa suas próprias leis, e tem o poder sobre si mesmo para decidir a respeito de tudo o que diz respeito a sua terra e seus cidadãos. Logo se outra nação exerce poder sobre ela, dizemos e ou concluímos que a sua soberania lhe foi tirada.)e como tal, Jesus tem a autoridade de perdoar todo o crime que tens cometido em sua rebeldia, e ignorância contra o Criador.

Sendo assim duas coisas precisou de serem feitas, motivadas pelo amor de Deus, a expiação( na qual Jesus não obedeceu a lei por nós, embora ele a obedeceu, e por isso não merecia sofrer as penalidades da lei, e é ai que vem a expiação, sendo inocente ele sofreu as penalidades da lei por nós) e a justificação( que é um ato governativo de Deus, no qual todo aquele que que aceita Jesus como seu Senhor e o recebe por fé como seu Salvador tem seus pecados ou crimes contra Deus perdoados, você é anistiado por Deus.“Uma justificação legal ou forense age na pressuposição de que o indivíduo justificado é inocente. Em outras palavras, que ele não violou a lei, que fez apenas o que lhe era um direito legal. Assim, é tolice afirmar que um pecador só pode ser pronunciado justo aos olhos da lei; que pode ser justificado por ações da lei.” Este texto foi tirado da teologia de Charles Finney, no qual é deixado bem claro que na nossa justificação Jesus não agiu como um juiz, mas, sim como um rei, pois como juiz apenas, ele só poderia lavrar a lei, mas, agora como rei ele pode declarar justo. O juiz só pode declarar justo aquele que é realmente justo e que foi condenado por um crime que não cometeu, quando o mesmo apresente provas que ao serem averiguadas atestam a sua inocência. Mas, no caso do rei é diferente, mesmo que a pessoa seja realmente criminosa ele pode declarar a sua liberdade e perdoar ou anistiar as suas dívidas com a sociedade.).
E este ato da expiação e justificação é disponibilizado para toda a humanidade, porém Deus o resolve pessoalmente ou seja, é algo que tem que ser feito ou resolvido com cada pessoa de forma individual, o Pai não pode responder pela sua família, nem o presidente pela sua nação, mas, apenas por sua própria vida. Quando João fala sobre isso ele diz, "para que todo aquele que nele crer..."(João 3.16) mostrando o caráter individual da salvação. Jesus é o único que é responsável por promover esta reconciliação, ou mediação entre Deus e o homem. Através de Jesus e por intermédio dele se deu este processo, para que Deus pudesse alcançar o homem. Sabedor Deus é que não podia alcançar todos os corações devido a dureza de alguns que jamais desejam e procuram se submeter a vontade de Deus, então o projeto de Deus foi amplo indo além das fronteiras de Israel.
Concluindo, sem a reconciliação que Jesus promove de cada ser humano que se chegue a ele( Isaías 53.11
), estaríamos ainda distantes de Deus, ou mesmo como os incrédulos e ignorantes vendo-o apenas como um ser iracundo e incompreensível. Mas, graças a Jesus podemos conhecer a Deus e ser alcançados e transformados pelo seu amor.
Vale ressaltar que a reconciliação é precedida por um arrependimento sincero, sem o qual não há como haver reconciliação, pois, se o homem não está arrependimento o homem continuará em seu antigo caminho, na sua dureza de coração ante a voz de Deus.

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