Tentação é diferente de Provação
“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque
Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado,
quando é atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tiago 1.13,14).
Este texto de Tiago, responde a duas perguntas sobre
tentação.
1ª. Quando somos tentados?”quando é atraído e engodado pela sua própria concupiscência”.
Olha primeiro vamos definir as palavras contidas neste trecho,
engodado,
quer dizer seduzido, como já falei em outro texto sobre tentação; “são pensamentos (idéias e lembranças, em sua
maioria) e sentimentos, que ousam ou procuram nos persuadir, convencer alguém a
satisfazê-lo”. Seduzir é o mesmo que convencer, a pessoa que usa da prática
da sedução, procura apelar para os sentidos (olfato, tato, paladar, visão, audição),
mas não somente para eles, como já afirmei a tentação não envolve apenas
sentimentos, mas também pensamentos, logo as fantasias e ilusões mentais
produzidas pelos sentidos, expressadas por eles, também se incluem na tentação. É claro que isto todos nós sabemos, meu objetivo aqui é discernir. Outra palavra contida
neste texto é concupiscência, que é o desejo imoderado, que pode ser qualquer
desejo imoderado, ou seja, sem controle, e que nós sabemos que é controlador,
ele não está sobre o controle do seu possuidor (da pessoa que o sente), mas,
ele controla a pessoa que o possui.
Então quando é mesmo que somos tentados? Somos tentados,
quando os nossos desejos nos conseguem chamar ou prender a nossa atenção, com
isso possuindo toda a atenção da nossa mente, e neste mesmo momento nos procura
convencer ou obter a aceitação de nosso coração. E quando isso ocorre, ou seja,
quando o desejo obtém a aceitação de nosso coração, é neste momento que como
diz Tiago, a concupiscência concebe e da à luz ao pecado. Então o trajeto que a tentação percorre, ou
processo da tentação, começa na atração e se conduz pela sedução e
culmina ou acaba na aceitação de sua proposta pelo coração, proposta esta que é
o pecado.
2ª. É Deus quem nos tenta?”Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado”; não preciso
nem argumentar nada a respeito, desta resposta Tiago, foi bem preciso, embora seja
claro que às vezes, a gente é tentado a pensar assim.
Mas, existe uma
diferença muito grande e isto já expos em minha série, “O provar de Deus”,
entre tentação e provação. A provação ela vem de Deus, e tem por objetivo final
o nosso bem, na provação Deus obtêm provas ou evidências, com o intuito de
usá-las para o nosso próprio proveito( digo proveito quando em relação aos seus servos), provas essas que estão escritas nos livros
das obras que estão diante de Deus, ora a um juiz não cabe, um julgamento sem
evidências. Sem a provação Deus não teria como te exortar, ou ajudar, ou mesmo
corrigir. A provação é a justiça de Deus, a provação é a vontade soberana de
Deus. Provação existe em dois sentidos, no sentido de teste e no sentido de
evidencia.
Agora a tentação não vem de Deus e Tiago diz que a sua
origem é no mal e seu objetivo é o pecado e a morte. Tentação não procura
provar nada, ela procura é somente a satisfação da carne, de uma
concupiscência. Ao indivíduo tentado Deus, usa o fato agora no tocante aos seus
fieis, no sentido de evidencia, trazendo-o a memória, para provar ao mesmo o
que estava em seu coração e o exortar ao arrependimento, e confissão de seus
pecados. Mas, no tocante aos infiéis que morrerem sem Jesus, será isso usado no
futuro, para condenação dos mesmos a morte eterna (Apocalipse 20. 11-15).
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