Os quatro doutores do oriente:Gregório de Nazianzo (329-390)


Gregório foi um pensador introvertido, que viveu dividido entre a sua paixão pela leitura da Bíblia, de bons livros (sendo ele poeta e teólogo), da arte e a sua chamada para a liderança eclesiástica. Foi auxiliar de seu Pai no sacerdócio em Nazianzo, isso depois de ter deixado o sacerdócio e voltado para a vida monástica. O imperador Teodósio o convocou para Constantinopla, onde serviu como bispo da igreja por dois anos, isso aconteceu depois da perda de quatro membros da sua família (seu irmão Cesário, sua irmã Gorgônia, seu pai Gregório o Ancião, sua mãe Nona) e seu amigo mais próximo (Basílio o Grande) pelo poder da morte.

Em sua estada em Constantinopla como bispo da sé, pregou cinco sermões (conhecidos como orações teologais) contra os representantes do arianismo de nome eunomianos e contra os macedônios. Suas orações foi uma defesa doutrina da santíssima trindade, conforme a visão ortodoxa.

Eunomianos: Grupo radical de arianos (seguidores dos pensamentos do presbítero Ário), no geral tinha a visão de que Jesus era uma criatura exaltada, e o diferente de Deus Pai.

Macedônios: Este grupo negava especificamente a deidade do Espírito Santo, recusando-se a reconhecer validade do credo estabelecido em Nicéia em 325, e expandido a Constantinopla em 381.

Os eunomianos assim como alguns outros teólogos de Constantinopla, gostavam de debaterem acerca dos dogmas da fé. Em sua Primeira Oração Teológica, ele concentra sua atenção em sobre como os eunomianos lêem as Escrituras e fazem teologia. Segundo ele a saúde espiritual e a argúcia hermenêutica não podem ser separadas. A verdade divina estará aberta somente aqueles para quem ela é de real interesse. Ela continuará fechada àqueles, “ que fazem dela uma questão de bisbilhotice prazenteira, como outra qualquer...

Os eunomianos tinham se afastado de muitas frentes. Primeiro, como vimos, falharam em interpretar a escritura ou falar de Deus de modo reverente.

Gregório assim como Atanásio sustentou que, naquelas passagens onde Jesus mostra limitações humanas era a sua natureza humana sendo demonstrada, e em outras que mostra o seu poder é a sua natureza divina sendo manifestada.

Em sua quinta Oração teológica, Gregório discute a deidade do Espírito Santo, doutrina questionada pelos macedônios. Ele entendeu que, os mesmos apenas mal interpretavam a Bíblia pelo fato de ela não mostrar de uma forma clara e expressiva a pessoa do Espírito Santo, ele ensinou com isso o principio hermenêutico da revelação progressiva. Ou seja, que Deus foi se revelando de forma gradual de acordo com a capacidade e maturidade tanto dos judeus como dos gentios de receberem a sua revelação.

Portanto fica assim: O Velho testamento proclamou abertamente o Pai e mais obscuramente, o Filho. O Novo Testamento manifestou o Filho e anunciou a divindade do Espírito. Agora o próprio Espírito habita entre nós e supre-nos com uma demonstração mais clara de si mesmo. Pois isto não foi seguro, quando a divindade do Pai não era ainda reconhecida abertamente para proclamar o Filho; tampouco quando o do Filho não fora ainda recebido, para sobrecarregar-nos adiante(se que posso usar uma expressão tão ousada) com o Espírito Santo.

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