Os quatro doutores do oriente:João Crisóstomo (347-407)


João, apelidado de “boca de ouro” (Crisóstomo), nasceu em família espiritualmente dividida, seu pai de nome Segundo um oficial romano de alto escalão, sua mãe Antusa foi uma forte cristã. Seu pai morreu sendo ele ainda infante, sua mãe apenas com vinte anos, proveu-lhe de excelente educação inclusive treinamento em retórica. A principio pretendia ser advogado, mas, foi convencido de que Deus o havia chamado para a vida monástica. Nunca foi alguém que hesitou, e não o fez com seu chamado, partiu e foi viver por dois anos uma dura vida acética. Até que sofrendo de uma enfermidade foi a Antioquia e apresentou-se ao arcebispo Melécio, que o enviou imediatamente ao médico.

Ele serviu como diácono, e em seguida como presbítero em Antioquia, onde pregou por vários anos, demonstrando espantosa capacidade de trazer a Escritura à vida, tanto em sua riqueza teológica como em suas aplicações práticas. Foi isso por volta de 386 a 397.Indo depois para Constantinopla.

Sempre ansioso por determinar o sentido literal e opondo-se à alegoria, ele combina grande facilidade em discernir o sentido espiritual do texto escriturístico com igual habilidade para aplicação prática, visando orientar os que foram confiados ao seu cuidado.

Autor da obra de nome “Sobre o Sacerdócio” onde compara o pastor a um médico e as Escrituras a um remédio. Escreveu várias homilias sobre o evangelho de Mateus, Atos dos Apóstolos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Efésios Felipenses, Colossenses , 1 Timóteo e Hebreus e um comentários sobre Gálatas

Na sua teologia ele ensina amparado pelos Epistolas de Paulo e Epistolas Pastorais, argumenta com firmeza que o evangelho tem absorvido eficazmente o veneno do sofrimento cristão. Sofrimento este, que é presente em todo o viver do cristão. Mas, não menospreza ele o sofrimento antes, valoriza o bem estar físico e o espiritual, em suas homilias sobre 1 Coríntios, ele equilibra com maestria ambos os lados da questão em sua discussão da magoa de Jó pela perda de seus filhos. “Jó era um pai e um pai amoroso; era apropriado que... a compaixão de sua natureza fosse mostrada. O autocontrole e a não demonstração genuína de compaixão e angústia pela perda de seus filhos poderiam ser facilmente interpretados como mera insensibilidade. Portanto ele expressa tanto sua afeição natural como a precisão de sua piedade, e em sua dor ele não foi destruído”.

Em seus últimos anos, João escreveu uma obra intitulada, “Sobre a previdência de Deus”, uma extensa exploração bíblica, teológica e devocional da vida do cristão fiel. Um emaranhado de fatores políticos, pessoais e religiosos concorreu para sua expulsão de Constantinopla por ordem do imperador Arcádio, em 404. João viveu os três anos seguintes, a caminho da morte (407), em condições extremamente severas, e isolado na pequena cidade de Cucusus, no alto das montanhas da Armênia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O cetro da impiedade

Série pecados 9: Palavra torpe

O que impede um desviado de voltar a Jesus?